
GINÁSTICA RÍTMICA
A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade essencialmente feminina, caracterizada pelo elevado nível de dificuldade técnica e exigência física. O desempenho neste desporto está intimamente relacionado com o Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG), que é reelaborado e alterado a cada ciclo olímpico (Ávila-Carvalho et al., 2010a). Este código tende a elevar, permanentemente, as exigências na composição dos exercícios de competição (Oliveira et al., 2004). Esta dificuldade crescente caracteriza o desenvolvimento da GR (Lisitskaya, 1995), que de acordo com o ex-presidente do Comité Olímpico Internacional Juan António Samaranch, é o “mais encantador e feminino desporto do mundo” (Welkow-Jusek & Labner, 2013).
Laffranchi (2005, p. 1) considera a GR como a perfeita combinação entre desporto e arte. Deste modo, contextualiza-a da seguinte forma: “Em seu lado arte, a Ginástica Rítmica é conceituada como a busca do belo, uma explosão de talento e criatividade, em que a expressão corporal e o virtuosismo técnico se desenvolvem juntos, formando um conjunto harmonioso de movimento e ritmo. Como desporto, a GR é uma modalidade […] que requer um alto nível de desenvolvimento de certas qualidades físicas, com exigências de rendimento elevadas, objetivando à perfeição técnica da execução dos movimentos complexos com o corpo e com os aparelhos”.
Por tudo o que foi referido, é essencial o desenvolvimento de um bom suporte motor para a execução técnica bem-sucedida dos elementos corporais – saltos, equilíbrios e rotações (Hume et al., 1993; Hutchinson et al., 1998), assim como a técnica na manipulação dos aparelhos (Moskovljević et al., 2013) – corda, bola, arco, maças e fita. Contudo, o desempenho técnico depende das capacidades motoras (Di Cagno et al., 2009; Miletić, Katić, et al., 2004; Miletić, Sekulic, et al., 2004) e estas são influenciadas pelas características morfológicas das ginastas. Estas condições estão completamente interligadas e juntas refletem a desempenho das ginastas em competição. Portanto, a preparação técnica apenas resultará se as ginastas estiverem fisicamente aptas (Costa, 2011). Law et al. (2007) explicam que o elevado desempenho implica grandes desafios técnicos associados à composição dos exercícios de competição.
A GR é uma modalidade bastante recente e deste modo, ainda não encontra-se muito divulgada no meio científico. Foi reconhecida pela FIG apenas em 1962 e o primeiro campeonato mundial aconteceu em Budapeste, Hungria em 1963 (Nunes, 2000). Esta modalidade tornou-se olímpica em 1984 com competições individuais nos Jogos Olímpicos de Los Angeles e competições de conjunto em 1996 nos Jogos Olímpicos de Atlanta (Laffranchi, 2001).


Flexibilidade e Força em Ginástica Rítmica:
Avaliação de ginastas juniores portuguesas
Batista, Amanda
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/57108/2/TESEAMANDAORIGINALIMPRIMIR.pdf